segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O silêncio

O fim de semana foi realmente divertidíssimo.

E entre todas as coisas boas que aconteceram, lembrar Arnaldo Antunes sem dúvida foi a melhor...
Ta bom, eu me passei na bebida, mas ta valendo.


(como não achei um vídeo, vai a letra mesmo)


O silêncio
Arnaldo Antunes / Carlinhos Brown - 1996

"antes de existir computador existia tevê
antes de existir tevê existia luz elétrica
antes de existir luz elétrica existia bicicleta
antes de existir bicicleta existia enciclopédia
antes de existir enciclopédia existia alfabeto
antes de existir alfabeto existia a voz
antes de existir a voz existia o silêncio
o silêncio
foi a primeira coisa que existiu
um silêncio que ninguém ouviu
astro pelo céu em movimento
e o som do gelo derretendo
o barulho do cabelo em crescimento
e a música do vento
e a matéria em decomposição
a barriga digerindo o pão
explosão de semente sob o chão
diamante nascendo do carvão
homem pedra planta bicho flor
luz elétrica tevê computador
batedeira, liquidificador
vamos ouvir esse silêncio meu amor
amplificado no amplificador
do estetoscópio do doutor
no lado esquerdo do peito, esse tambor"

SALVE SALVE ARNALDO ANTUNES!
"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?"

Charles Chaplin

sábado, 24 de janeiro de 2009

A ordem é: Diversão!

Foi dada a ordem...

Seja em casa, na frente do PC e rindo horrores com crianças de 28 anos e suas atitudes.
Seja lendo cronicas engraçadíssimas sobre mulheres maravilha.
Seja se fartando de pizza.
Seja na quilométrica fila de 100 metros em meio aos garotos "te pego", as siliconadas loiras bronzeadas sem cérebro e os tios cheios de pose.
Seja no tumulto tendo que ficar dando licença ao em vez de dançar.
Seja no trabalho.
Seja escutando blues e depois samba rock.
Seja com sono.

Seja como for... o importante é seguir a ordem!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Sobre respeito...

As pessoas criam regras que não cumprem,
impõem comportamentos que não têm,
esperam o respeito que não dão
e ditam princípios que não seguem.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Oração da hipocrisia

Perdoai-nos Senhor, por nossa hipocrisia cotidiana. Princípios bonitos nos transbordam da boca, escritos em mensagens de Páscoa e Natal, ornamentadores de discursos, agregadores de prédicas, colados nos átrios das instituições e no quadro de avisos de empresas. Frases melosas recortadas em agendas, proclamadas aos filhos e os jovens em formaturas e eventos. Tudo falsidade, contos da Carochinha nas tardes de hospícios.
Dinheiro não traz felicidade. Mas por ele vivemos, uns trabalham, outros roubam. O elixir da juventude eternamente buscado. Na sua falta, assume o estresse, uma angústia inexplicável cava úlceras no estômago. A família nos acusa de derrotados, a sociedade nos impinge o desprezo, os pretensos amigos nos ridicularizam.
As aparências enganam, o essencial é invisível aos olhos. E abarrotam-se as clínicas de plásticas sobre o visível. Cultivamos o corpo, valorizamos a roupa e o automóvel, pensamos por um mês ou mais nas roupas de uma festa. Como são importantes as colunas sociais com seu a comentários sobre chiques e bregas, seus elogios ao fútil e ao efêmero. E promovemos concurso de beleza, e compramos revista de decoração. Decoramos a casa e o escritório com os tons do momento, e contratamos assessores visuais na arquitetura de lojas e igrejas. E pintamos o cabelo, Senhor, fazemos implantes, clareamos os dentes e colocamos aparelho. Rejeita-se o feio, o gordo, o velho. Nas feiras e bancos, na televisão e nos restaurantes, as moças bonitos e os moços sarados lideram as frentes.
Todos são iguais perante a lei. Na prática, há muitos pesos e medidas. Somos todos diferentes. Algumas penas, inexplicavelmente se abrandam; outras, imperiosamente, se agravam. A terra do presidente não se iguala à dos índios. A uns, empréstimos; a outros, impostos. Pobre sempre mata por motivo fútil, rico age por violenta emoção.
A vida é o mais importante, dizem as camisetas. E fumamos, e bebemos, e usamos drogas. Senhor, é justa a morte na defesa dos bens com suor adquiridos, não achais? Matar pela honra é nobre. Contaminamos a água, envenenamos a terra, cobramos royalties por remédios. Salvar o sistema financeiro é mais importante do que matar a fome. Fazemos armas, e encarceramos os homicidas. Fabricamos carros potentíssimos, e penalizamos os velozes.
Estudar é preciso, insiste o pai no almoço. À tarde, idolatramos os jogadores de futebol analfabetos ganhando mais que juízes e professores universitários. No outro dia, a mãe tira a filha da escola para um teste na agência de modelos. Ontem, o bebê filmou um comercial de shopping.
A cultura salvara o país, Senhor, diz a apresentadora de televisão. Logo depois, entrevista um cantor milionário e ignorante que opina professoralmente sobre as relações familiares e o futuro do jovem, no país onde bundas vendem mais que Chico Buarque. Nação consumidora de revista de fofoca, que crê ser Raquel de Queiroz uma personagem de novela mexicana. Quantos apreciam o teatro, o cinema de qualidade, os recitais de música? Por que sabemos mais de Joana Prado que de Amélia Prado?
Perdoai-nos, Senhor, por nossa hipocrisia. Perdoai-nos porque não só não sabemos o que é feito, o que é dito, o que é visto, o que é desejado, o que somos, o que esperamos, o que valorizamos. Nem sequer sabemos o que escrevemos e o que rezamos.
Mas eu desejo mudar, Senhor. Prefiro a felicidade ao dinheiro, a essência à aparência, a justiça ao privilégio, a vida à economia, o estudo à fama, a cultura ao consumo, a espiritualidade às coisas. Amém!

P.S -Senhor, desculpai-me, mas acho que me empolguei um pouco. Deixa-me pensar mais no assunto. Preciso terminar minha leitura de Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas. Aliás, você como Deus tem um enorme potencial sabia?

De Pablo Morenno

domingo, 11 de janeiro de 2009

Sigo vivendo e aprendendo... e repensando muito sobre as coisas do coração.

(Eu disse expectativas positivas. Eu já comecei fazer minha parte, SERÁ QUE DÁ PARA COLABORAR???)



... e em meio a um turbilhão de emoções,

a melhor terapia...

Parabéns Greice!

Muito sucesso em sua profissão.




segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Já é tempo de lembrar de tudo o que aconteceu em 2008...
É, foi um ano bom...
foi por cada foto que bati, por ter ganhado um voto de confiança e fazer por merecer, por ter feito festa, por ter derramado lágrimas (que não foram poucas) e por tudo que aprendi com elas, por beijos e abraços, por lugares onde andei, por músicas, livros e filmes, por ultramen, por não ter fechado os olhos quando não devia (mesmo tendo que perder metade dos cabelos em função disso e ter aberto mão de coisas que me faziam tão bem), por ter voltado sete anos no tempo em uma conversa de duas inesquecíveis horas, por aquele cheiro, por minha família, por..., por..., por... e por todas as pessoas que conheci!

E é com alívio que digo que estou livre daquilo que por anos me deixava engasgada, com medo e insegura. Sim, somos o que queremos ser, mas levar uma rasteira logo na primeira tentativa não foi nada fácil... Mas, o mundo da voltas e a vida cambalhotas.

-O que fizeram contigo minha filha?
- Fui eu que deixei minha mãe, eu que deixei.

Hoje eu mudaria o diálogo:
- Não fez minha mãe, e por pura fraqueza, e pior que agora sabe o que perdeu.

"Arrancou do poço-abismo de si a maior caixinha.
Entregou e nada mais pôde fazer.
A espera infinita na esfera de saturno enlouquecia.
O silêncio ensurdecia.
O grito que cala na garganta acordou todos os anjos e criaturas daquela noite
Um susto. Uma dúvida. Uma certeza incerta.
Ficou só. Permaneceu só... sendo dois.
Desejou com todo desejo de esperança infantil consertar.
Tarde. Cedo. Noite que já era dia.
Decidiu. O dia então sorriu"


E é com um sorriso nos lábios que retorno as minhas atividades, simplesmente porque é assim que eu quero que seja!

As expectativas para 2009 são positivas...